sábado, 12 de janeiro de 2013

PREPARANDO VIDAS PARA JESUS CRISTO—P/31







investiu os pastores de poder e riqueza, garantiu-lhes destaque social e influência secular. Comprou o direito de, como imperador, elaborar uma religião que tinha a sua cara. Entre as diversas barbáries sincretistas instituídas por Constantino, uma delas foi organizar o cristianismo num formato pagão. Culto, organização, sacerdócio, estrutura doutrinária, finanças, direito religioso, tudo recebeu um toque do império romano pagão. Os séculos se passaram e aqueles elementos pagãos incorporados ao cristianismo foram confirmados e desenvolvidos teologicamente por meio da igreja medieval. Por amor ao poder e dinheiro a igreja tornou-se um império muito menos comprometido com os ensinamentos e jeito de ser bíblicos do que com a manutenção de uma máquina de poder secular. Tudo o que fazia e ensinava, a maneira como se estruturava tinha como objetivo principal fortalecer e desenvolver este poderio secular. O aplauso dos poderes seculares existentes corrompeu a igreja, tirou-a do foco de se submeter ao poder divino e transformou-a no principal poder de então. A organização se tornou um fim em si mesmo e desviou-se de atender ao mandado de Jesus. Poder e domínio tornaram se o intuito primordial enquanto o amor e o serviço foram destronados. Durante um longo período da idade das trevas, o processo libertador “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!” foi interrompido (cf. Jo. 8:32). Este processo que atrai as pessoas a Deus por meio da revelação que Ele mesmo faz de Si, tornando o discípulo cada vez mais semelhante ao seu Mestre, foi substituído pelo ensino de superstições, que ao contrário de produzirem libertação, geravam dependência mórbida do sistema igreja. Até hoje há revolta nos países europeus pelos excessos cometidos naquele então, revolta essa que foi chamada de pós-cristianismo. Até hoje, cada pessoa que clama falar de Deus, tem que se desculpar pelos excessos que a igreja cometeu em nome de Deus.

Explicar que Deus e o próprio cristianismo não é aquilo que os homens fizeram dele é a tarefa mais difícil do evangelista naquela área. Movimentos de reforma e de protesto motivados pelos excessos praticados pela igreja surgiram com heroísmo e bravura na idade média. Alguns dos líderes destes movimentos foram mortos e outros perseguidos, alguns por assuntos fundamentais como, por exemplo, Martinho Lutero com a justificação pela fé e o princípio “sola scriptura” outros por assuntos mais periféricos. Todos eles tinham uma obra a fazer que na verdade nenhum deles conseguiu levar a cabo completamente: precisavam romper dramática e completamente com o modelo de ser igreja da idade média  uma igreja sem discipulado. Tentativas e experiências foram feitas para formar uma igreja mais eficaz para a expansão do reino de Deus, mas nunca o discipulado como Jesus ordenou tornou-se o “modus vivendi” da igreja como um todo. O melhor que uma ou outra igreja conseguiu foi romper com itens teológico-doutrinários. Algumas igrejas romperam mais, pois queriam se distanciar dos abusos e distorções da idade média, outras romperam menos com os ensinos da igreja romana. O protestantismo se concentrou basicamente no debate teológico e na ruptura com as propostas teológicas sincréticas do romanismo.  A maioria das igrejas protestantes, hoje chamadas de evangélicas, no entanto, não conseguiu romper com o modelo medieval de fato, nem na teologia mista de cristianismo e paganismo, nem na prática diária da igreja local. Em maior ou menor grau, todas igrejas estruturaram as suas atividades e formato de culto como a igreja pré protestante. As igrejas não conseguiram se organizar, na prática, de tal maneira que ao longo do tempo, mantivessem as características de um movimento leigo que tem o foco no desenvolvimento do crente até “a medida da estatura de Cristo” (cf. Ef. 4:10-16). Parece que o “protesto” contra a estrutura medieval nunca se ergueu a tal ponto de as igrejas voltarem às raízes daquilo que Cristo ordenou: “fazei discípulos!” Algumas igrejas conseguiram em seus inícios estabelecer um modelo muito mais próximo daquilo que Jesus exigiu. Mas ao crescer em número de adeptos, ao se internacionalizar, sempre se uniam à igreja aqueles que queriam a familiaridade de um modelo de igreja já conhecido, mais próximo daquilo que estavam acostumados e caía-se de volta no trilho e estilo medieval. Estes movimentos expressaram preocupação e cuidado para que os ensinos bíblicos não fossem contaminados, mas nunca expressaram preocupação com o formato de funcionamento de uma igreja. Uma fresta foi deixada aberta, e aquilo que mais se queria evitar mais acabou entrando sorrateiramente  a ineficácia e irrelevância da igreja local de se conectar com a sociedade ao seu redor e ser relevante na proclamação do evangelho, em seu tempo e espaço. Em suma, não há contradição maior do que cristianismo sem discipulado. Seria a mesma coisa que dizer “cair para cima” ou que a “água não é molhada”. Estamos no momento, no último momento da história deste mundo e nos é oferecida a última oportunidade para fazermos a diferença neste mundo. Jesus está voltando e o mundo precisa ouvir a verdade, verdade para o nosso tempo, verdade proclamada com vigor, genuinidade e espontaneidade. Para que isto ocorra, precisamos de discípulos, não membros de igreja... Discípulos treinados, comprometidos em fazer outros discípulos para o Mestre Jesus!
TEM CONTINUAÇÃO DIARIAS.



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