quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O Ladrão Que Creu em JESUS CRISTO...P/01—17/10/2013



 “Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
paraíso”
 (Lucas 23:42, 43).
Faz algum tempo que preguei sobre a história completa do ladrão moribundo. Não me proponho a fazer o mesmo no dia de hoje, somente quero vê-lo desde um ponto de vista específico. A história da salvação do ladrão agonizante é um exemplo notável do poder de salvação de Cristo, e de sua abundante disposição para receber a todos que vêm a Ele, em qualquer condição em que possam estar. Não posso considerar este ato de graça como um exemplo solitário, como tampouco a salvação de Zaqueu, a restauração de Pedro, ou o chamado de Saulo, o perseguidor. Em certo sentido, toda conversão é única: não há duas iguais, e contudo, qualquer conversão é um modelos de outras. O caso do ladrão moribundo é muito mais semelhante à nossa conversão, do que diferente; de fato, seu caso se pode considerar mais como típico do que como um fato extraordinário, e assim o considerarei neste momento. Que o Espírito Santo fale por ele para alentar aqueles que estão à beira do desespero! Recordem, amados amigos, que nosso Senhor Jesus, no momento que Salvou a esse malfeitor, estava em seu ponto mais baixo. Sua glória havia minguado no Getsêmani, e diante de Caifás, Herodes e Pilatos; mas agora havia alcançado seu nível mais baixo. Despido de sua túnica, e cravado na cruz, a atrevida multidão zombava de nosso Senhor que, agonizante, estava morrendo; então Ele “foi contado entre os transgressores” e foi feito como escória de todas as coisas. Contudo, ainda nessa condição, concluiu esse maravilhoso ato de graça. Vejam a maravilha produzida pelo Salvador despojado de toda Sua glória, e pregado no madeiro em um espetáculo de vergonha, à beira da morte! Quão certo é que pode fazer grandes maravilhas de misericórdia agora, visto que regressou a Sua glória, e está assentado no trono de luz! “Pode salvar por completo aos que por meio dele se achegam a Deus, posto que vive para sempre para interceder por eles”. Se um Salvador agonizante salvou o ladrão, meu argumento é que Ele pode fazer ainda mais agora que vive e reina. Todo poder no céu e na terra Lhe foi dado; pode algo no momento presente se sobrepor ao poder de Sua graça? Não é somente a debilidade de nosso Salvador que faz memorável a salvação do ladrão penitente; é o fato de que o malfeitor moribundo o viu diante de seus próprios olhos. Você pode se pôr em seu lugar, e imaginar a alguém que está suspenso em agonia de uma cruz? Poderia facilmente crer que era o Senhor da glória, e que logo iria a seu reino? Não seria pouca a fé para que, em um momento assim, cresse em Jesus como Senhor e Rei. Se o apóstolo Paulo estivesse aqui, e quisesse agregar um versiculo ao Novo Testamento, ao capítulo onze do Livro de Hebreus, começaria certamente seus exemplos de fé admirável com a fé deste ladrão, que creu em um Cristo crucificado, ridicularizado e agonizante, e clamou a Ele como a alguém cujo reino viria com certeza. A fé do ladrão foi ainda mais notável porque estava sob uma terrível dor, e condenado a morrer. Não é fácil exercitar a paciência quando se é torturado por uma angústia mortal. Nosso próprio descanso mental às vezes se vê perturbado pela dor do corpo quando somos sujeitados por um sofrimento agudo, não é fácil mostrar essa fé que cremos possuir em outras situações. Este homem, sofrendo como estava, e vendo ao Salvador em um estado tão triste, contudo, ainda assim creu para a vida eterna. Fala aqui uma fé que raramente se vê. Recordem, também, que estava rodeado de zombadores. É fácil nadar com a corrente, mas é duro ir contra ela. Este homem ouviu os sacerdotes orgulhosos, quando ridicularizavam ao Senhor, e a grande multidão do povo, todos a uma só voz, unirem-se no escárnio; seu companheiro captou o espírito da hora e também zombou, e ele talvez tenha feito o mesmo por um breve momento; mas pela graça de Deus foi transformado, e creu no Senhor Jesus apesar de todo seu desprezo. Sua fé não foi afetada pelo que o cercava; ele, pelo contrário, ladrão agonizante como era, se reafirmou em sua confiança. Como uma rocha saliente, colocada no meio da torrente de águas, declarou a inocência do Cristo, de quem outros blasfemavam. Sua fé é digna de que a imitemos em seus frutos. Nenhum outro membro de seu corpo estava livre exceto sua língua, e a utilizou sabiamente para repreender a seu irmão malfeitor, e defender ao Seu Senhor. Sua fé tornou manifesto um valente testemunho e uma confissão ousada. Não vou elogiar o ladrão, ou a sua fé, mas a exaltar a glória dessa graça divina que deu ao ladrão uma fé assim, e logo imerecidamente o salvou por seu meio. Estou ansioso de mostrar quão glorioso é o Salvador, esse Salvador que salva de maneira completa, aquele que em um momento assim, pôde salvar a esse homem, e dar-lhe uma fé tão grande, e tão perfeita e rapidamente prepará-lo para a felicidade eterna. Vejam o poder desse Espírito que podia  produzir tal fé em um solo tão pouco promissor, e em um clima tão pouco propício. Entremos de imediato no centro do nosso Estudo. Primeiro, observem ao homem que foi o último companheiro de nosso Senhor na terra; segundo, observem que esse mesmo homem foi o primeiro companheiro de nosso Senhor na porta do paraíso; e terceiro, vejamos o sermão que nosso Senhor nos prega neste ato de graça. Oh, que o Espírito Santo abençoe este Estudo do princípio ao fim!

I. Com muito cuidado
OBSERVEMOS QUE O LADRÃO CRUCIFICADO FOI O ÚLTIMO COMPANHEIRO DE NOSSO SENHOR NA TERRA.
Que triste companhia nosso Senhor selecionou quando esteve aqui. Não se juntou com os religiosos fariseus nem com os filosóficos saduceus, senão que era conhecido como o “amigo de publicanos e de pecadores”. Como me regozijo nisto! Me dá a segurança de que Ele não recusará associar-se comigo. Quando o Senhor Jesus me fez seu amigo, seguramente que não fez uma seleção que lhe trouxesse crédito. Crês que ganhou alguma honra quando te fez seu amigo? Acaso ganhou algo por causa de nós alguma vez? Não, irmãos meus; se Jesus não tivesse se inclinado tão baixo, talvez não teria vindo a mim; e se não tivesse procurado ao mais indigno, não teria vindo a ti. Assim o sentes, e estás agradecido pois Ele veio “não para chamar a justos, senão pecadores”. Como o Grande Médico, nosso Senhor passava muito tempo com os enfermos: se dirigia para onde podia exercitar sua arte de curar. Os sãos não necessitam de um médico: não podem apreciá-lo, nem oferecem a oportunidade para que ele exercite sua habilidade; por conseguinte, Ele não frequentou suas moradas. Sim, depois de tudo, nosso Senhor fez uma boa escolha quando te salvou e quando me salvou; em nós encontrou abundante campo para a sua misericórdia e graça. Houve suficiente espaço para que Seu amor pudesse trabalhar dentro dos terríveis vazios de nossas necessidades e pecados; e ali Ele fez grandes coisas por nós, pelas quais nos alegramos. Para que não haja aqui alguém que se desespere e diga: “nunca se dignará a olhar para mim,” quero que estejam advertidos que o último companheiro  de Cristo na terra foi um pecador, e não um pecador comum. Havia transgredido as leis do homem, pois era um ladrão.  Alguém que se chama “bandido”; e suponho que provavelmente esse era o caso. Os bandidos desses dias mesclam o assassinato com seus roubos: era provavelmente um pirata armado contra o governo romano, fazendo disto um pretexto para saquear se a ele fosse apresentada a oportunidade. Ao fim, foi feito prisioneiro e foi condenado por um tribunal romano, que de forma geral, era usualmente justo, e neste caso, certamente o foi; pois o mesmo confessa a justiça de sua condenação. O malfeitor que creu na cruz era um ladrão  convicto, que havia permanecido na cela dos condenados e logo sofreria a pena capital por seus crimes. Um criminoso convicto era a última pessoa com a qual nosso Senhor teve que tratar nesta terra. Que amante das almas dos culpados é Ele! Como se inclina até o mais baixo da humanidade! À este homem tão indigno, antes que deixasse a vida, o Senhor da glória falou com graça incomparável, falou-lhe com palavras tão maravilhosas como nunca se poderão superar ainda que procures em todas as Escrituras: “Hoje estarás comigo no paraíso.” Não creio que em nenhuma parte deste Tabernáculo se encontre alguém que tenha sido convencido diante da lei, que nem sequer se possa culpar de uma transgressão contra a honestidade comum; mas se houvesse uma pessoa assim entre os meus ouvintes, a convidaria a que encontrar perdão e transformação em seu coração por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
                  
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