Falhamos em não compreender a
glória de Deus (talvez não tenhamos capacidade para isto). O apóstolo Paulo
disse: "...a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus" (1
Coríntios 1.29). Se a carne estiver presente, quando a glória de Deus se
manifestar, terá que morrer, pois nada pode sobreviver diante Desta presença.
Somente quando sua carne estiver "morta", poderá a pessoa permanecer
na presença de Deus.
Apenas os que morrem podem ver
Sua face.
"Não sei se
voltarei"
Uma vez por ano, o sumo
sacerdote de Israel teria que deixar sua casa e, com o coração apertado, dizer
à família: "Não sei se voltarei. Não tenho certeza, mas acho que fiz tudo
que deveria fazer. Minha estola sacerdotal está em ordem?" Os judeus eram
tão cuidadosos, que não permitiam que o sumo sacerdote dormisse na noite
anterior à sua entrada no Santo dos Santos! Os outros sacerdotes o mantinham
acordado lendo a lei, para que ele não se contaminasse acidentalmente através
de um sonho. Quando chegava a hora da verdade, o sumo sacerdote,
cuidadosamente, molhava seu dedo no sangue do cordeiro e o colocava na ponta
das orelhas e nos polegares das mãos e dos pés. Por quê? Simbolicamente, trazendo traços de morte, ele
representava um homem morto e, assim, poderia aproximar-se da glória de Deus e
sobreviver. Uma vez aplicado o sangue, o sacerdote respirava fundo, dava uma
última olhada ao redor, checava a corda no tornozelo e tomava o incensário.
Este pequeno recipiente, ligado a uma corrente, tinha brasas quentes em seu
interior.
O sacerdote tomava um punhado
do santo incenso e o colocava sobre as brasas, criando uma espessa nuvem de
fumaça perfumada. Ele introduzia o incensário após o véu, balançando-o de forma
que o Santo dos Santos ficasse completamente coberto pela fumaça. Então, com
muito cuidado, levantava a orla do véu e engatinhava para dentro do Santíssimo
Lugar com temor e tremor, esperando que pudesse retornar com vida. A melhor forma
de entrar no Santo dos Santos é de joelhos.
Os sacerdotes da linhagem de
Arão sabiam algo que não sabemos
A cobertura de fumaça era o
último recurso para proteger a carne do sacerdote de ser consumida pela
santidade do Todo-Poderoso. Os sacerdotes da linhagem de Arão sabiam algo a
respeito de Deus que precisamos redescobrir hoje. Eles sabiam que Deus é Santo,
mas o homem, não. Sabiam que a carne "descoberta" morreria instantaneamente
ao entrar em contato com a glória de Deus. Embora eles tivessem seguido todos
os procedimentos e exigências, cobrindo a si mesmos com sangue e passado a
noite inteira lendo as Escrituras, só penetravam além do véu quando a fumaça
encobrisse tudo. A fumaça estaria suficiente quando nada mais pudesse ser
visto. E o sacerdote tinha que executar todas as suas tarefas pelo tato e não
pela visão. A cobertura de fumaça era sinal de que ele tinha alguma chance de
tornar a ver a luz do dia (Levítico 16). Creio que a nuvem de incenso não
estava ali para impedir que o homem visse a glória de Deus, mas o contrário. A
Bíblia diz em Apocalipse 8.1: "Quando
o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora."
Por que os anjos do céu permaneceriam "mudos" por 30 minutos? No
contexto do capítulo anterior apresenta-se a visão dos santos, com vestes
brancas, diante do próprio Deus. Virá um dia em que nossos corpos mortais se
revestirão de imortalidade e este corpo corruptível se revestirá da
incorruptibilidade. E mesmo assim, resíduo da carne ainda estará lá. Creio que
quando colocarmos os pés para dentro dos portais celestiais, os anjos
permanecerão em silêncio por meia hora, como se dissessem: "Os remidos
estão diante do Santo." Para eles, é inconcebível que a carne possa estar
diante da glória de Deus. É verdade, mas aquele que tiver sido transformado'
pelo processo da morte e ressurreição, através do sangue de Jesus, poderá
fitá-Lo. Somente os que morrem podem ver a face de Deus.
A misericórdia de Deus O mantém
afastado de nós.
É a misericórdia de Deus que
O mantém afastado de nós. Uma geração após outra, os cristãos têm orado:
"Venha Senhor, aproxime-se!" Creio que a resposta do Senhor tem sido
uma faca de dois gumes. Por um lado, Ele nos chama: "Clamem a mim, quero
me aproximar." Mas, ao mesmo tempo, Ele detém Sua mão e avisa:
"Tenham cuidado, tenham cuidado! Se vamos nos aproximar, certifiquem-se de
que a carne esteja morta. Se realmente querem Me conhecer, tudo que se
relacione ao pecado deve morrer." Por que Deus requer esta morte? O que há
na fumaça do sacrifício que faz com que Ele nos visite? É como se ela fosse um
"convite" ao Senhor. Você pode não compreender, mas a morte esteve
presente em cada avivamento na história da Igreja! Esteve presente nas
primeiras reuniões de oração na rua Azusa e também no Primeiro e no Segundo
Grande Despertamento. Frank Bartleman, o pioneiro pentecostal que tomou parte
no Avivamento de Azusa Street, disse: "A profundidade de seu arrependimento
vai determinar estatura de seu avivamento." Quanto mais arrependimento
(morte) diante de Deus, mais próximo Ele poderá chegar É como se o aroma do
sacrifício fosse o sinal para que Deus pudesse aproximar-se de Seu povo sem
consumi-lo por seus pecados. O objetivo de Deus sempre foi a íntima comunhão
com o homem, a coroa de Sua criação. No entanto, o pecado fez com que esta comunhão
se tornasse mortífera. Deus não pode aproximar-Se da carne, porque ela exala o
cheiro do mundo. Para que Ele chegue perto, a carne tem que morrer. Então,
quando clamarmos para que o Senhor se aproxime, Ele o fará, mas nos dirá:
"Não posso chegar mais perto, porque sua carne seria destruída. Quero que
você compreenda que se sua carne morrer, poderei aproximar-Me mais." É por
isso que o arrependimento e o quebrantamento o equivalente a morte no Novo
Testamento traz a presença manifesta de
Deus tão perto. Mas queremos evitar o arrependimento, porque não gostamos de
sentir o cheiro da morte. Definitivamente, não é um odor agradável. Não atrai
os sentidos do homem, mas é agradável a Deus porque é o sinal de que Ele pode
aproximar-Se daqueles que ama.
Esqueça o culto-entretenimento.
Aquilo que agrada a Deus é
bem diferente daquilo que nos agrada. O Senhor me disse uma vez, enquanto eu
estava ministrando: "Filho, o culto que Me agrada e o culto que lhe agrada
são bem diferentes." Comecei a perceber que muitas vezes estruturamos
nossos cultos para que sejam agradáveis aos homens. Temos que dizer o que os
homens querem ouvir e lhes prover uma boa dose de entretenimento. Infelizmente,
estes tipos de reuniões têm pouco daquele amor sacrificial derramado perante o
Único que é digno de receber louvor e adoração. Acho que o Senhor procura
aqueles (poucos) que realmente O amam, não aqueles que só querem ser
entretidos. É como se preparássemos uma festa para o Senhor e depois O
ignorássemos! A morte do eu é algo especial, não é uma idéia atraente para nós,
mas sem dúvida, agrada a Deus. Se, ao pegar este estudo, você esperava alguma
"comoção" vinda do Espírito Santo, talvez esteja decepcionado. Mas se
já sabia, em seu coração, da necessidade de uma revolução na Igreja, em seus procedimentos,
então não será desapontado. O Salmo 103.1 diz: "Bendize, ó minha alma, ao
Senhor..." Não está escrito: "Oh, Senhor, bendiga a minha alma."
Deus está farto de ficar só dispensando bênçãos, Ele quer que desfrutemos do
que Ele é, de Sua face, mas somente os que estiverem dispostos a morrer poderão
aproximar-se d'Ele.
Ainda preservamos alguns traços
de nossas ambições carnais, enquanto nos agarramos às bordas das vestes de
Salvação de Nosso Deus. Podemos manter o resto de nossas vestes antigas e viver
dos benefícios que o Senhor nos concede. Permanecemos longe da fome espiritual
e Deus não ousa chegar mais perto, pois, assim, a carne, que tanto prezamos,
seria destruída. A escolha é nossa.Deus procura por alguém que esteja disposto
a amarrar uma corda no tornozelo e dizer: "Se perecer, pereci... mas verei
o Rei. Quero fazer tudo que puder para penetrar além do véu. Vou me arrepender
e fazer tudo que for necessário, pois estou cansado de ouvir falar a respeito
de Deus e, simplesmente, saber sobre Ele. Quero conhecê-Lo, tenho que ver Sua
face" Não interessa quem você é, o que tenha feito ou quão religioso seja,
o único caminho que vai levá-lo para além do véu é a morte de sua carne. Tal
morte significa arrependimento e quebrantamento diante de Deus para que Ele
possa Se aproximar. O apóstolo Paulo disse: "Porque agora vemos como em
espelho, obscuramente, então veremos face a face; agora conheço em parte, então
conhecerei como também sou conhecido." (1 Coríntios 13.12)
TEM CONTINUAÇÃO.
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