A Dicotomia do
Homem e Deus
O homem
moderno está em conflito com a verdade de Deus. Deus fala de uma queda e de uma
condenação, e a Sua palavra-chave é "graça". O homem moderno fala da
tácita bondade da alma, de suas aspirações e boa vontade natural. A
palavra-chave do homem é "obras". Deus fala dos abismos em que o
homem caiu e da depravação do homem natural. O homem se vangloria de sua
nobreza, seus ideais e seu progresso. Deus convoca os homens a crer em Cristo
ou se perder. O homem diz que basta tentar ser como Cristo. O objetivo do homem
é a imitação, não a redenção. Deus diz que Cristo é o Salvador do mundo. O
homem diz que Cristo é apenas um grande exemplo. Lentamente nos afastamos da
verdade bíblica: "Sem derramamento de sangue não há remissão."
(Hebreus 9:22) O homem moderno quer fazer da cruz um objeto sentimental, um
berloque para ser usado ao redor do pescoço, um ornamento numa torre de igreja
ou um emblema gravado a ouro nas nossas Bíblias. Desenvolveu-se um certo
interesse romântico pela história da cruz. Porém, são o sofrimento e o
sacrifício de Cristo no Calvário que simbolizam a total incapacidade do homem
para salvar a si mesmo. A cruz como o símbolo supremo do sofrimento revela dois
fatos básicos, que não podem ser negados: a profundidade da depravação do homem
e a imensidão do amor de Deus. Não posso entender a eficácia e o poder do
sangue de Cristo. Existe aí um elemento de mistério que não pode ser
compreendido com nossas mentes naturais. Porém, eu sei que todos aqueles que
testam o seu poder pela fé descobrem que ele pode mudar maravilhosamente a vida
deles, erguê-los a um plano mais elevado de vida e trazer a satisfação e a realização
que vinham buscando. O apóstolo Pedro disse que os cristãos são "eleitos
segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a
obediência e para a aspersão do sangue de Jesus Cristo". (l Pedro 1:2)
Pedro encara as provações da fé como essencialmente produtivas na vida cristã.
Para ilustrar este ponto, refere-se à prática comum de sujeitar o ouro a um
calor tão intenso que a sua forma inicial é destruída. Ao remodelá-lo, contudo,
as impurezas também pereceram nas chamas. Provações e dificuldades podem
assaltar a vida de um crente, mas têm também a capacidade de remodelar o seu
caráter e banir da sua vida as impurezas que podem prejudicar o crescimento e o
serviço. Um colega meu formou-se em química, Nas suas aulas de química, ele
aprendeu como os ácidos agem nas diferentes substâncias. Durante uma
experiência, o professor deu à classe um pouco de ouro e mandou que o
dissolvessem. Eles o deixaram a noite toda no ácido mais forte que tinham à
mão. Ele não se dissolveu. Depois tentaram diversas combinações de ácido. Tudo
em vão. Finalmente, disseram ao professor que achavam que o ouro não podia ser
dissolvido. Ele sorriu. Eu sabia que vocês não podiam dissolver o ouro. Nenhum
dos ácidos que vocês têm o afetará, mas experimentem isto aqui. Com estas
palavras, entregou-lhes um recipiente com um ácido especial. Eles derramaram um
pouco do seu conteúdo no tubo que continha o pedaço de ouro. E este, que tinha
resistido a todos os outros ácidos, desapareceu rapidamente na água-régia. O
ouro finalmente encontrara o seu senhor. No dia seguinte, na sala de aula, o
professor perguntou: Sabem por que aquele ácido é chamado de
"água-régia"? Sim replicaram eles. É porque ele é o senhor do ouro,
uma substância que pode resistir a quase tudo que se derrame sobre ela. A
seguir, o mestre falou: Rapazes, deixem que eu lhes diga que existe uma outra
substância tão impenetrável quanto o ouro. Não pode ser tocada ou modificada,
embora uma centena de tentativas sejam feitas com esse fim. Esta substância é o
coração pecador. Provações, aflições, riquezas, honrarias, prisão ou punição
não o suavizarão nem o dominarão. A educação e a cultura não o dissolverão nem
o purificarão. Só existe um elemento que tem poder sobre o pecado do coração humano:
o sangue de Cristo, o Salvador da alma. O sangue de Cristo é mencionado
repetidas vezes no Novo Testamento. Pedro pregou sobre ele, Paulo escreveu a
seu respeito e os redimidos nos céus cantam sobre ele. Num certo sentido, o
Novo Testamento é o Livro do Sangue.
Em Levítico
17:11, diz a Escritura: "Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo
dei sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma; porquanto é o sangue
que faz expiação em virtude da vida." Deus ensinou a Seu povo, desde o
começo, que podia ser alcançado somente pelo derramamento de sangue. O sangue é
feio e repulsivo. No entanto, o sangue simboliza a privação da vida. Todos os
animais sacrificados na época do Antigo Testamento eram apenas modelos e
símbolos. Esperavam o dia em que o Cordeiro sacrificado no começo do mundo
apareceria na pessoa de Jesus Cristo, que seria Ele mesmo morto na cruz e
derramaria o Seu sangue para o perdão dos pecados. Sabemos que cerca de 400 mil
americanos por ano sofrem um ataque de coração. Na realidade, não é um ataque
de coração, é um ataque sanguíneo. É o sangue que coagula, não conseguindo
chegar ao coração, ao cérebro, aos pulmões ou aos rins. Ou talvez seja um
coágulo de sangue que escapa. Tudo tem a ver com o sangue. Sem o fluxo adequado
de sangue, nós morremos. Desse modo, o sangue representa a vida. Deus falou
que, como resultado de nossa rebelião e pecado, o homem deve morrer. Jesus
Cristo tornou-se o nosso substituto. Sofreu a nossa morte na cruz. Cada vez que
vamos à igreja e recebemos (ou vemos os outros receberem) o pão e o vinho na
Comunhão, lembramo-nos do sangue que foi derramado na cruz. Quando Jesus deu o
vinho a Seus discípulos na Última Ceia, Ele falou: "Este é o meu sangue, o
sangue da aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados."
(Mateus 26:28) Aquele sangue é essencial e indispensável para a nossa salvação.
Sem a marca dele sobre nós, somos indignos de vir à presença do Deus santo e
justo. Nas páginas seguintes, examinaremos quatro das muitas passagens das
Escrituras que revelam o que o sangue de Cristo pode fazer por nós hoje:
Romanos 5:9, Hebreus 9:14, 1 Pedro 1:18,19, Mateus 26:28.
Inocentados da Culpa
do Pecado
Primeiro o sangue de Cristo nos justifica
e salva.
"Ora
muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira." (Romanos 5:9) A palavra justificar vem do latim justificare, que
significa considerar justo, livrar de culpa ou inocentar.
A palavra
justificação quer dizer "como se você nunca tivesse pecado".
Significa muito mais do que perdão. Você e eu não podemos justificar a quem nos
fez mal. Podemos apenas perdoá-lo. Só Deus pode justificar. Quando Cristo foi
pregado na cruz, esta era para um criminoso notório chamado Barrabás. Há muito,
ele temia este dia, pois era o dia da sua execução. Porém, quando as
autoridades vieram à sua cela, trouxeram-lhe boas novas. Disseram: Barrabás, és
um homem de sorte. Jesus de Nazaré vai morrer no teu lugar. Temos ordens para
te libertar. O criminoso foi libertado. Foi absolvido de todas as acusações.
Foi salvo da morte que merecia. Este criminoso era típico da raça humana:
rebelde, ímpio e sem coração. Porém, foi salvo pela morte de Cristo. Isso teria
sido maravilhoso, mesmo que Barrabás tivesse sido o único a ser salvo. Mas a
Bíblia diz: "Como fomos agora justificados por seu sangue, seremos salvos
da ira de Deus através dEle" (Romanos 5:9) Um velho pregador da Inglaterra, que passara a
juventude nas pradarias americanas, dedicava-se ao evangelismo nas ruas de
pequenas cidades e aldeias. Atraía a sua platéia contando histórias do Velho
Oeste, descrevendo como os índios salvavam as suas tendas dos incêndios nas
pradarias tocando fogo na grama seca junto ao povoado deles. O fogo não pode
ir, explicava ele, a onde o fogo já esteve. É por isso que os chamo para a cruz
de Cristo. Continuava a sua analogia explicando: A hora do juízo já aconteceu e
não pode voltar de novo! Aquele que se coloca diante da Cruz é salvo para todo
o sempre. Jamais poderá ser condenado, pois está onde o fogo já esteve. A
pessoa salva está na zona de segurança de Deus, purificada pelo sangue de
Cristo.
Consciências Purificadas
e Vidas Modificadas
Segundo, o sangue de Cristo
purifica as nossas consciências.
"Quanto
mais, então, o sangue de Cristo, que através do Espírito eterno se ofereceu
imaculado a Deus, purificará as nossas consciências de atos que levam á morte,
para que possamos servir ao Deus vivo?" (Hebreus 9:14) Cada um de nós tem
uma consciência que serve de juiz para cada um de nossos pensamentos, palavras
e atos. Ela fala com uma voz silenciosa, acusando ou desculpando, condenando ou
absolvendo. Pode ser sensível, crua, subdesenvolvida ou distorcida, dependendo
do uso ou abuso que fizermos dela. A consciência humana é conspurcada pelo
pecado, diz a Bíblia. Depois de uma transgressão, todos nós sentimos culpa.
Conhecemos bem o tormento do coração, a auto recriminação que a consciência
pode causar, o sofrimento interno que pode advir com o afastamento de Deus. O
efeito do pecado pode ser apagado do corpo, mas deixa uma cicatriz permanente
na consciência. Nossas consciências estão marcadas e conspurcadas pelo pecado.
A consciência do homem muitas vezes fica fora do alcance de um psiquiatra. Com todas
as suas técnicas psicológicas, ele não pode sondar a sua depravação e
profundidade. O homem é impotente para se apartar da culpa que corrói um
coração oprimido pela culpa do pecado. Porém, onde o homem falhou, Deus teve
êxito. A Bíblia diz que o sangue de Cristo tem o poder de purificar a
consciência das obras mortas para servir ao Deus vivo. Isto não é mera teoria.
A experiência cristã a comprova. De uma consciência limpa nasce uma vida
modificada. O alcoólatra consegue erguer a cabeça com nova honra, dignidade e
autocontrole. A prostituta transforma-se numa esposa modesta e mãe amorosa.
Quando um delinquente juvenil encontra a paz de Cristo, entrega as suas
energias a serviço de Deus. Se um empresário corrupto descobre a Palavra de
Deus, suas transações passam a ser honestas e integras. O sangue de Cristo
limpou as suas consciências das obras mortas.
Redimido Pelo Sangue
Terceiro,
somos redimidos pelo sangue de Cristo. A Bíblia diz: "Sabendo vós que
fostes resgatados das vossas práticas vãs, que por tradição recebestes de
vossos pais, não por coisas corruptíveis, como o ouro ou a prata, mas pelo
sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e imaculado."
(l Pedro 1: 18,19) A palavra resgatar quer dizer "comprar de volta",
recuperar mediante um preço. Não apenas o primeiro homem, mas todo o homem
desde então, caiu na armadilha de pecado de Satanás. Foi preciso recuperar,
salvar e trazer de volta o homem. A palavra resgatado pode ser ilustrada pela
posição de um escravo que foi capturado ou coagido a servir alguém que não era
o seu amo legal, mas cujo amo real, decidido a recuperar o amor e os serviços
do escravo, compra-o de volta mediante um alto preço. Foi isso o que Deus fez
por nós. Capturada por Satanás e coagida a servi-lo, a humanidade, em sua
desobediência e infidelidade, não deixou Deus desanimado nem diminuiu o amor
dEle por nós. Em vez disso, na cruz, Ele pagou um preço por nossa libertação,
um preço inimaginavelmente maior do que nosso valor real. Ele agiu assim porque
nos amava. Fomos resgatados, recuperados, salvos, não com coisas corruptíveis
como o ouro ou a prata, mas pelo sangue precioso de Cristo. (1 Pedro 1:18,19)
TEM
CONTINUAÇÃO.
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